Com o apoio de tecnologias digitais, construção civil pode chegar à Indústria 4.0

A Indústria 4.0, considerada a quarta revolução industrial, vem promovendo transformações importantes em direção a novos patamares de produtividade, sustentabilidade e segurança. 

Incorporando uma série de tecnologias digitais, como inteligência artificial, computação em nuvem, robótica, análise de dados e a internet das coisas, o padrão 4.0 se diferencia das três transformações anteriores, impulsionadas pelo surgimento da energia a vapor, da energia elétrica e da automação.

Na Indústria 4.0, sistemas cyber-físicos monitoram os processos físicos e tomam decisões descentralizadas. Estamos falando de sistemas que se comunicam e cooperam entre si e com os seres humanos em tempo real. 

Trata-se de um salto tecnológico que elevará a automação à máxima potência, permitindo aos robôs desempenharem funções cada vez mais complexas. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) projeta redução anual mínima nos custos industriais de R$ 73 bilhões graças à Indústria 4.0. Desse total, 48% seriam oriundos de ganhos de eficácia, 42% da diminuição dos custos de manutenção de máquinas e 10% da redução do consumo de energia. 

Construção 4.0: futuro distante?

Também na construção civil, as disrupções trazidas pela Indústria 4.0 são entendidas como um caminho natural para aumento da competitividade. Algumas tendências tecnológicas já estão conduzindo as empresas a esse novo padrão de automação. Entre elas, a consultoria McKinsey lista:

  • Pesquisas e geolocalização de alta definição para evitar discrepâncias entre as condições reais do solo e o escopo do projeto;
  • BIM 5D, com a integração de informações sobre planejamento, custos e cronograma da construção ao modelo 3D;
  • Colaboração digital e mobilidade;
  • Internet das coisas e análise avançada de dados;
  • Novos materiais, de nanomateriais a módulos produzidos por manufatura aditiva.

Algumas construtoras brasileiras vêm obtendo eficiência e produtividade com a incorporação de alguns desses recursos, em especial a análise de dados, o trabalho em colaboração e o uso mais maduro da modelagem da informação.

Mas em uma cadeia tão pulverizada como é a da construção no Brasil,  há uma série de barreiras a serem transpostas para o setor atingir tal estágio de automação. 

O primeiro deles é a preferência por modos de construir artesanais, altamente dependentes de habilidades humanas. Como falar em Indústria 4.0 em um mercado onde quase todo o edifício é construído em um canteiro com uso intensivo de mão de obra?

Por isso, uma condição para a construção atingir o 4.0 é a industrialização, produzindo componentes off-site em fábricas automatizadas, sob controle rigoroso, que chegam à obra prontos para a montagem.

Também é preciso avançar na digitalização das empresas, elevando os controles sobre processos e produção. Uma tecnologia que assume protagonismo nesse contexto é o  BIM, que funciona como um articulador do trabalho em colaboração. “O BIM é a porta de entrada para diversas tecnologias associadas à Construção 4.0. Ele é a nossa ligação com esse universo que vai nos permitir ter cidades, casas e edifícios inteligentes”, analisa a professora Regina Ruschel, do departamento de arquitetura e construção da Unicamp. Segundo ela, o BIM é um veículo capaz de maximizar as oportunidades de industrialização da construção e de gerar uma indústria mais automatizada e saudável para seus trabalhadores.

Maior construtech da América Latina, a Ambar está comprometida com a transformação da construção civil por meio da industrialização e da digitalização. Auxiliamos construtoras e incorporadoras a entregar seus empreendimentos com mais eficiência e rapidez por meio de soluções tecnológicas presentes em toda a jornada construtiva, do projeto à gestão e finalização da obra.